Por que as Mulheres Matam é uma comédia ácida no Globoplay 1p6r51

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Por que as Mulheres Matam é um série que combina drama e humor para contar a história de três mulheres em diferentes décadas

Relacionamentos não são fáceis e manter um bom casamento é um verdadeiro desafio. Essa instituição secular é uma balança na qual o equilíbrio depende de cada membro do casal. Infelizmente, na maioria dos casos, acaba sobrando para as mulheres contrabalancear os problemas dos maridos. 6i4k37

Por que as Mulheres Matam (“Why women kill”, em inglês) é uma série de comédia da CBS All Access criada por Marc Cherry (mesmo criador da série de sucesso Desperate Housewives), que explora o casamento de três casais em três épocas diferentes e, com o toque de humor ácido característico de seu criador, nos apresenta os desafios que as mulheres am em seus relacionamentos e como o desejo de matar seus maridos é recorrente em suas mentes.

Três mulheres, três histórias 4j6n45

Numa mesma casa, em épocas diferentes, vemos as vidas de três mulheres nos EUA, separadas pelas décadas: anos 1960, 1980 e 2019. O que as une, além da casa, é a infidelidade dos maridos. Acontece de tudo – mentiras, principalmente, que acabam justificando as atitudes, até os crimes contra os cônjuges. 

Nos anos 1960, a bondade de Beth (interpretada por Ginnifer Goodwin) contrasta com a maldade do marido e de outros maridos do bairro. Aqui temos o clássico comportamento machista, aprovado pela sociedade da época, em que a esposa era relegada a nada mais do que uma dona de casa. Os desejos e opiniões de Beth são ignorados e um trauma do ado persegue seus pensamentos diariamente: a morte de sua filha pequena em um acidente que Beth acredita ter sido a culpada.

Beth é uma esposa dedicada, mas ignorada pelo marido, que ela descobre ser infiel e guardar vários segredos dela.

Mesmo assim, Beth tem a esperança de um casamento feliz ao lado do seu marido. Até mesmo a descoberta da infidelidade dele não é o suficiente para fazer com que ela deseje desistir da relação. A situação muda de figura quando Beth percebe que ele não tem mais nenhum interesse nela, então decide se tornar amiga da amante (sem o marido saber) e arquitetar um plano elaborado para se livrar dele sem ser incriminada.

Já nos anos 1980, Simone (interpretada por Lucy Liu) é uma socialite em seu terceiro casamento que, mesmo após descobrir que seu marido era gay e a estava traindo, se humaniza ao perceber a verdade sobre ele e sua vida fora da bolha de festas e futilidades. Mesmo concordando em manter o casamento (pelo menos nas aparências), Simone e o marido ainda precisam enfrentar um terrível inimigo: a AIDS. 

Simone percebe, de uma forma chocante, que a vida é muito mais que festas e eventos sociais.

Tendo que conviver com o estigma social da doença do marido e a falta de medicamentos eficientes na época, Simone não pensa duas vezes em traí-lo com o filho mais jovem de sua melhor amiga. Mesmo que o romance entre os dois seja legítimo, a amiga logo descobre a verdade e não perde tempo em ferir moralmente Simone. Nesse momento, Simone percebe que a única coisa que ainda pode continuar firme e forte em sua vida é seu casamento, e decide lutar para mantê-lo.  

Por fim, em 2019, Taylor (interpretada por Kirby Howell-Baptiste) é uma advogada envolvida em um trisal – o marido roteirista, uma mulher que ela pensa que conhece mas não sabe nada da sua vida real, e ela mesma. Mesmo sendo adepta do modelo de “relacionamento aberto”, Taylor logo se vê surpreendida com sentimentos que não esperava desenvolver nessa relação quando percebe que sua “amiga” está ficando próxima demais de seu marido. 

Mesmo se considerando uma pessoa “mente aberta”, Taylor logo vai notar que um trisal pode não ser uma ideia tão boa assim

Apesar de estar causando uma boa influência sobre seu marido – ajudando-o a se inspirar com ideias para roteiros melhores – Taylor não confia muito em sua amiga. Quando ela descobre que a jovem está mergulhando seu marido no mundo das drogas novamente fazendo-o consumir cocaína, Taylor não pensa duas vezes e coloca um ponto final no relacionamento a três. O problema é que a “amiga” de Taylor não consegue aceitar o término da relação e essa negação poderá ter consequências devastadoras.

Um show na medida certa 371a3h

Aqui temos uma série enxuta, ágil, com dez episódios de cerca de 50 minutos. Se você procura um show para maratonar em um dia, Por que as Mulheres Matam é uma ótima escolha.

O criador Marc Cherry realiza o mesmo trabalho fantástico que o consagrou com Desperate Housewives, mas de forma muito mais resumida e compacta, em que cada episódio apresenta somente os elementos necessários, sem enrolações. Tudo isso, unido a um elenco com performances excelentes, cria um show que você fica ansioso para assistir ao próximo episódio assim que os créditos começam a rolar.

Momentos cômicos contrastam a todo o momento com situações complicadas e temas polêmicos.

Entre muitos sobressaltos, a vida das três protagonistas toma um rumo definitivo ao longo dos 10 episódios. Estes, ao contrário do que poderia se esperar, não são filmados em ordem cronológica, mas sim em simultâneo, com cenas sobrepostas, dando um dinamismo diferente à série. 

Além de uma fotografia e edição de som de primeira qualidade, os cortes temporais são feitos de forma brilhante, criando uma conexão sutil entre as três histórias. O humor ácido (e muitas vezes sombrio) de Cherry chega nos momentos certos para quebrar a tensão ou tentar ar uma mensagem mais complexa que, sem o auxílio de um alívio cômico, poderia ficar perdida entre uma interpretação ou outra.

Tango de simone e seu marido
O tango entre Simone e seu marido se junta ao clímax das histórias paralelas como o ápice da série.

Talvez o ápice da forma como a trama do seriado é elaborada e apresentada ao espectador seja o tango apaixonante que Simone dança com seu marido perto de sua morte, combinando perfeitamente com o clímax das outras duas histórias paralelas (mas tão distantes). Nesse momento, o elenco consegue mostrar paixão, dor, amor e ódio pela enorme casa que todas as personagens um dia habitaram (ou irão habitar).

A força de três mulheres em diferentes tonalidades 556w30

Em tempos de pandemia, em que tudo se arrasta e as novidades chegam a os lentos, vale a pena assistir Por que as Mulheres Matam. Mesmo ando uma mensagem (infidelidade no casamento) que sempre existirá, o show certamente irá arrancar um sorriso de seu rosto.

Por que as Mulheres Matam é uma série deliciosa de se assistir, lidando com temas complicados com um toque perfeito de humor.

A série entrega uma diversão compacta, com início, meio e fim, sem mais delongas e consegue ser densa na medida certa, com mistérios, reviravoltas, amizades, atitudes improváveis e sororidade, tudo na dose exata para envolver os espectadores. Mostrando a real força das mulheres em frente a situações inesperadas, o seriado pode surpreender e emocionar. Mesmo que algumas partes da trama possam parecer apressadas ou finalizadas de forma incorreta, todos os elementos principais de uma boa história estão lá para os espectadores mais atentos apreciarem.

O mal nem sempre vem de onde se espera, assim como o bem. O mundo não é tão dualista quanto se imagina, com os mocinhos de um lado e os vilões do outro. Não existe somente o preto e o branco, mas uma infinidade de tons. Mesmo com tantos obstáculos, desafios e crises emocionais, a vida não é um leque de variações de cinza, mas um livro repleto de tonalidades diferentes, pronto para ser explorado. 

Se você quiser conferir o seriado, todos os episódios de Por que as Mulheres Matam estão disponíveis no Globoplay tanto no idioma original quanto dublado.

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