A necessidade de uma regulamentação de ambientes virtuais é uma questão importante e desafiadora. A proposta da China de implementar um sistema de identificação digital exclusivo para usuários e ambientes virtuais está gerando debates sobre privacidade e responsabilização. Veja o que está sendo proposto pelo governo chinês. 3i2g52
Regulamentação de ambientes virtuais e metaverso 5i2y67
A China está propondo a implementação de um sistema de identificação digital permanente e exclusivo para todos os usuários do Metaverso, os ambientes virtuais onde as pessoas podem interagir e criar conteúdo em tempo real. Essa proposta visa facilitar a identificação e a responsabilização de indivíduos por seus comportamentos dentro desses mundos virtuais.
A ideia é criar um ID digital único para cada pessoa que utiliza esses ambientes virtuais, contendo uma variedade de informações identificáveis, como características naturais, características sociais e detalhes pessoais.
Esse ID seria armazenado permanentemente e compartilhado com as autoridades competentes, como a polícia e as agências de aplicação da lei, para permitir uma resposta rápida em casos de comportamentos inadequados, como disseminação de desinformação, assédio ou outras atividades ilegais.
Para ilustrar como esse sistema poderia funcionar, consideremos um exemplo fictício. Suponha que um usuário chamado Tom esteja espalhando rumores e causando caos no Metaverso. Com o sistema de identificação proposto, as autoridades poderiam prontamente identificar Tom e tomar as medidas adequadas para responsabilizá-lo por suas ações, como a aplicação de penalidades ou até mesmo a exclusão de suas contas virtuais.
Essa proposta assemelha-se ao Sistema de Crédito Social da China, já implementado no mundo real.
O que é o Sistema de Crédito Social chinês 4v5g3m
O Sistema de Crédito Social da China foi implementado em fases, com testes regionais iniciados em 2017. Esse sistema tem o objetivo de avaliar diversos aspectos do comportamento financeiro, social, moral e ético de indivíduos e empresas na China, atribuindo pontuações de crédito com base nesses critérios.
A intenção por trás desse sistema é promover a confiança, responsabilidade e conformidade entre os cidadãos, além de melhorar a qualidade de vida e a segurança pública. O governo chinês coleta uma grande quantidade de informações pessoais dos cidadãos e empresas para alimentar o sistema de crédito social. Essa coleta de dados pessoais em larga escala pode gerar inquietações quanto à proteção da privacidade individual e à utilização adequada dessas informações.
Sob esse sistema, cada indivíduo, empresa e instituição governamental possui um registro que avalia sua confiabilidade e comportamento social com base em uma variedade de fatores. Embora existam diferentes versões desse sistema sendo utilizadas na China atualmente, planeja-se a criação de uma versão unificada que opere em escala nacional.
A proposta da China Mobile, uma empresa estatal de telecomunicações, está atualmente em discussão na União Internacional de Telecomunicações (UIT), uma agência especializada das Nações Unidas.
O grupo de foco no Metaverso da UIT é composto por reguladores, acadêmicos, organizações não governamentais e empresas de tecnologia, que revisam e avaliam ideias relacionadas ao desenvolvimento e regulamentação do Metaverso.
A China Mobile apresentou essa ideia durante uma reunião do grupo em julho e espera-se que seja votada na próxima reunião, que ocorrerá em outubro.
No entanto, é válido mencionar que a implementação de um identificador único e o armazenamento permanente de informações pessoais levantam preocupações legítimas sobre privacidade e liberdade online.
Mesmo que essa proposta possa ser aceitável no contexto político e social da China, em outros países com sistemas políticos diferentes, essas medidas podem ser vistas como invasivas e restritivas.
Embora seja provável que a proposta da China encontre resistência e seja rejeitada pela UIT, a Interpol, está incentivando as autoridades policiais a se envolverem quanto antes no Metaverso, e a adotarem tecnologias de realidade virtual para combater crimes, golpes e atividades terroristas que possam surgir nesse ambiente virtual.
A ideia é que as forças policiais estejam um o à frente dos infratores e consigam utilizar essas tecnologias eficazmente para prevenir e combater crimes virtuais.
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Veja mais:
Fonte: Politico, PC Mag, Protos, Outlook India
Revisado por Glauco Vital em 22/8/23.
