Oscar não eliminará filmes que usarem ia - imagem: showmetech

Filmes com uso de IA continuam elegíveis ao Oscar, diz Academia 4o48a

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Organização do prêmio afirma que uso de ferramentas digitais não prejudicam as chances de obter uma indicação, mas julgará como serão utilizadas

O reconhecimento oficial de filmes com uso de IA chegou com as novas regras do Oscar, principal prêmio do cinema dos Estados Unidos. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas ou a considerar válidas produções que utilizam inteligência artificial generativa, tema que ganhou destaque nas greves de 2023 e voltou ao centro do debate em 2025, ano em que longas com IA já foram premiados. Saiba tudo a seguir. w3eg

Academia mantém elegibilidade de filmes com inteligência artificial 5r722k

O Brutalista gerou polêmica na corrida pelo Oscar pelo uso de IA – Imagem: Reprodução/Universal Pictures

Nos últimos anos, a presença da IA tornou-se cada vez mais visível em diversas fases da produção cinematográfica. Ferramentas baseadas em IA auxiliam na análise do apelo ao público, otimizam a pré-visualização de cenas, revolucionam os efeitos visuais (VFX) – com destaque para as técnicas de rejuvenescimento digital (de-aging) – e agilizam a pós-produção, incluindo edição, design de som e correção de cor.

Com a crescente integração da IA no cinema, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas estabeleceu a sua posição oficial para a 98ª edição do Oscar em regra, divulgada na segunda-feira, 21, que afirma:

“No que diz respeito à Inteligência Artificial Generativa e outras ferramentas digitais usadas na realização do filme, as ferramentas não ajudam nem prejudicam as hipóteses de obter uma nomeação. A Academia e cada ramo julgarão a realização, tendo em conta o grau em que um humano esteve no cerne da autoria criativa ao escolher qual filme premiar.”

Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, no guia de elegibilidade

Esta é a primeira vez que as regras de elegibilidade do Oscar abordam formalmente a IA. A diretriz indica que o uso da tecnologia, por si só, não influencia as chances de um filme ser indicado. Contudo, introduz o critério de avaliação da “autoria humana”, cuja análise ficará a cargo dos diferentes ramos da Academia (atores, diretores, roteiristas, técnicos, etc.) ao julgarem os filmes. A recomendação para a regra partiu do Conselho de Ciência e Tecnologia da Academia.

Quais filmes com IA já chegaram ao tapete vermelho? 3y2b6n

Temporada 2024/2025 já trouxe filmes com IA para o Oscar – Imagem: Showmetech

Filmes com IA no Oscar já começaram a gerar debates na temporada 2024/2025. Vejamos a seguir quais são esses filmes que agitaram o tapete vermelho por conta do uso de Inteligência Artificial em suas produções.

O Brutalista 212rz

O Brutalista, por exemplo, utilizou a ferramenta Respeecher para ajustar digitalmente a pronúncia dos atores, com destaque para as falas em húngaro de Adrien Brody, que ganharam mais autenticidade graças à tecnologia. Além disso, a produção recorreu à IA generativa para criar os desenhos arquitetônicos usados no design de produção — embora os bastidores desses processos não tenham sido detalhados publicamente.

Emilia Pérez 4y5v26

Outro destaque foi Emilia Pérez, que empregou tecnologia semelhante para alterar digitalmente aspectos vocais da protagonista, gerando discussões sobre autenticidade da performance. A alteração vocal da protagonista (interpretada por Karla Sofía Gascón) foi feita para atingir tons altos no canto. A própria atriz reforçou em uma entrevista ao Screen Rent que as canções em Emilia Pérez foram “todas um desafio”, pois não é uma cantora.

Alien: Romulus 2q42r

Alien: Romulus utilizou inteligência artificial para recriar o ator Ian Holm, falecido em 2020, na forma do androide Rook — com tecnologia aplicada tanto na replicação de sua aparência quanto na clonagem de sua voz. O recurso, que trouxe à tona discussões éticas sobre o uso de IA para reviver atores, gerou controvérsia, ainda que o diretor Fede Alvarez tenha afirmado que a família do ator autorizou a homenagem.

Indiana Jones e o Chamado do Destino 5e2ts

Harrison Ford rejuvenescido – Imagem: Reprodução/Lucasfilm

Em Indiana Jones e o Chamado do Destino (2024), por exemplo, a IA foi usada para recriar digitalmente um Harrison Ford mais jovem, combinando técnicas de aprendizagem de máquina com arquivos antigos do ator.

Um Completo Desconhecido 2xw13

Em outras ocasiões, a inteligência artificial foi aplicada para otimizar processos já conhecidos na indústria. Em Um Completo Desconhecido, por exemplo, a IA foi utilizada na substituição digital de rostos em determinadas cenas — um recurso que ajudou a integrar com mais naturalidade as atuações e o trabalho dos dublês.

Duna: Parte Dois 317160

Em Duna: Parte Dois, a inteligência artificial foi utilizada para automatizar etapas dos efeitos visuais, otimizando o tempo de produção e garantindo uma maior precisão na composição de cenas complexas. Ao empregar algoritmos de IA para gerar ou aprimorar elementos como paisagens futuristas, tempestades de areia e interações com criaturas digitais, a equipe conseguiu manter um alto padrão visual.

Top Gun: Maverick 1t5m4r

Já em Top Gun: Maverick, a IA foi aplicada para clonar vozes com extrema fidelidade, um recurso essencial para preservar a presença de personagens cuja voz original não pôde ser utilizada por motivos de saúde ou disponibilidade. A tecnologia permitiu recriar entonações, pausas e timbres com naturalidade.

Preocupações com IA já dominaram os bastidores de Hollywood 1n5x9

Protesto durante a greve dos atores em 2023 – Imagem: Reprodução/Janine e Jim Eden

Filmes que usam inteligência artificial foram alguns dos principais pontos de tensão nas greves dos roteiristas (WGA) e dos atores (SAG-AFTRA) em 2023. Em pauta, estavam preocupações sobre o impacto da tecnologia na criação de roteiros, nas performances, na imagem e voz dos artistas, além das condições de trabalho na indústria.

Os acordos firmados entre sindicatos e estúdios estabeleceram regras sobre o uso da IA em produções audiovisuais:

Acordo do SAG-AFTRA: Foram estabelecidas normas específicas para o uso de “réplicas digitais” e “performers sintéticos”. A criação e uso de versões digitais de atores requer consentimento claro e específico, além de compensação adequada. Também ficou definido que qualquer alteração digital relevante nas performances deve ser previamente autorizada.

Acordo da WGA: A inteligência artificial não pode ser creditada como “roteirista” e o material gerado por IA não é considerado “material literário” pelo contrato. O uso da tecnologia por roteiristas é opcional e os estúdios devem informar caso entreguem conteúdos criados com IA. A WGA também manteve o direito de contestar o uso de textos de roteiristas para treinar modelos de IA.

Com o reconhecimento oficial da Academia, a tendência é que produtores comecem a divulgar com mais transparência as técnicas e ferramentas de IA usadas nos bastidores dos filmes. Ainda assim, mesmo com os acordos firmados com os sindicatos, a presença da inteligência artificial em produções cinematográficas enfrenta certa resistência do público — como ficou evidente nas polêmicas do Oscar 2025 (confira quais foram os indicados a Melhor Filme aqui no Showmetech).

Será que essa percepção vai mudar com as novas regras? Conta para a gente nos comentários!

Leia mais sobre IA no cinema

Texto revisado por Alexandre Marques em 23/04/2025.

Fontes: The Verge, BBC, The New York Times

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